A produção de alimentos dentro e ao redor das cidades vem crescendo como uma alternativa viável para a crescente demanda de alimentos nas zonas urbanas. Em diferentes partes do mundo, programas promovem o cultivo caseiro de alimentos para gerar mais autonomia ou aliviar a falta de recursos. Cuba se caracterizou por promover este tipo de agricultura, mas agora dá um passo adiante com um novo plano de cinco anos. O plano prevê a doação de terras para que cidadãos cubanos produzam, individualmente, frutas e hortaliças, e criem gado em “anéis” de 6,4 quilômetros de diâmetro instalados ao redor de 150 cidades do país (com exceção da capital, Havana). As fazendas serão dirigidas por particulares e devem realizar apenas em cultivos orgânicos. Um ensaio piloto do programa já está em andamento na cidade de Camaguey (FOTO), onde cerca de 1.400 pequenas fazendas deverão cobrir 52 mil hectares, a alguns minutos da cidade. Espera-se que o programa atenda a 75% das necessidades da população. Segundo o jornal inglês The Guardian, o governo cubano espera que a iniciativa garanta comida mais barata e abundante e ao mesmo tempo reduza os custos de transporte. O jornal destaca que o plano foi inspirado nas centenas de jardins urbanos (áreas de cultivo em cidades) que Raul Castro implementou durante a depressão econômica da década de 1990, quando a queda do comunismo na Europa teve um impacto negativo sobre Cuba. Além de suas implicações políticas e econômicas, o projeto também é interessante sob o aspecto ambiental. Quando se discute cada vez mais a produção remota de alimentos, pouco sustentável devido aos enormes custos finaceiros e ambientais que acarreta, entregar terras a indivíduos com o objetivo de promover a produção local e orgânica em zonas próximas às cidades parece um passo na direção certa.
Texto publicado na Rede de PARMACULTURA SOCIAL BRASILEIRA, por Ricardo Semeador.
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