HORTA, COMPUTAÇÃO E ESCOLA

Poderia a tecnologia ajudar alunos de escolas rurais a se aproximarem da atividade realizada por seus pais? Uma reportagem publicada hoje (seg., 06/dez/10), no jornal Estado de São Paulo (p. A18), sugere uma resposta para esta pergunta. De acordo com a reportagem, duas professoras, que também são irmãs, Andrea e Edilene Rodrigues, criaram o projeto Campo Sustentável, no qual os alunos aprendem a usarem informações da internet para melhorar o aproveitamento da terra. O Centro Estadual Integrado de Educação Rural de Vila Pavão, no Espírito Santo conta com apenas 15 computadores, mas uma grande área para o plantio experimental. As professoras conseguiram unir as duas coisas mostrando aos adolescentes como buscar na internet dados como previsão do tempo, cotação da venda de cada produto e técnicas de enriquecimento do solo e plantio. As informações da semana são veiculadas num programa semanal de rádio (todas as sextas feiras) criado pelos próprios alunos. Tal programa é voltado para os agricultores da região que, em sua maioria, não tem acesso à internet. Além disto, o projeto capixaba fez com que parentes dos alunos voltassem a estudar. Muitos estão aprendendo como usar o computador, e são os próprios alunos que ensinam, sempre no período noturno. Segundo a professora Andrea, muitos agricultores que não viam utilidade no uso da tecnologia para eles, estão agora se juntando para comprar um computador. Outro bom resultado do projeto foi a aproximação entre pais e filhos e a valorização que estes últimos passaram a apresentar em relação ao trabalho dos pais.
Por fim, o projeto Campo Sustentável ganhou destaque internacional em um concurso de educação da Microsoft e chamou a atenção de Warren Sparrow, coordenador de comunicação de uma escola pública na Cidade do Cabo, África do Sul. Nesta escola sul africana alunos do quinto e sexto ano já participam de um projeto escolar de alimentação saudável e agora vão plantar seus próprios legumes e verduras, como na realidade da escola capixaba, onde o que os alunos plantam no campo experimental vai para a merenda.

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