FLORES COMESTÍVEIS

A flor é o órgão de reprodução sexuada das plantas superiores, e após sua fertilização transformam-se em frutos, dos quais nos alimentamos. Existem flores solitárias, como a abóbora e a rosa, e agrupadas, formando inflorescência como a margarida e a hortência. A inflorescência é protegida por folhas especiais, chamadas brácteas. Há muitos tipos de inflorescências, no caso das margaridas são chamadas de capítulo e o que chamamos de pétalas, são na verdade as lígulas. As flores atraem insetos e pássaros, que nos ajuda a aumentar a diversidade da vida em nosso jardim, trazem amor e alegria aos nossos olhos e corações. Muitas flores são comestíveis, porém poucas são conhecidas e usadas em nossa alimentação. A couve-flor, o brócolis e a alcachofra são as mais comumente utilizadas. É importante ter estas noções básicas pois quando se fala de flores comestíveis, nem sempre é a flor inteira. O néctar é uma secreção adocicada das flores que atraí os insetos e pássaros polinizadores, fazendo com que as flores sejam agradáveis ao paladar. Já os óleos essenciais dão aroma distinto e muitas vezes têm propriedades medicinais. As flores comestíveis não apresentam contra-indicação e podem ser utilizadas como alimento em saladas, sopas, refogados e assados, em sobremesas como bolos, cremes e pudins, e também em sucos e vitaminas. Existem as flores que são venenosas ou tóxicas, contendo substâncias nocivas ao homem. Por isso, só devemos usar flores que conhecemos. É essencial identificarmos as plantas pelos nomes científicos pois os nomes populares variam muito e podem gerar confusões. É recomendável escolher as flores que estão bonitas e utilizar somente flores orgânicas, além de nunca comer flores de florista, viveiros ou de beira-de-estrada. Outro ponto importante de lembrarmos ao consumirmos flores como alimento, é que a flor sendo o órgão reprodutivo, ao ser retirada, inviabiliza a produção de sementes e assim a proliferação da espécie. Portanto, o ideal é cultivarmos estas plantas para consumirmos suas flores. As flores devem ser colhidas de manhã, com o sol ainda fraco, lavadas e depois secas rapidamente com muito cuidado. Podem ser guardadas frescas na geladeira (por algumas horas) ou secas a sombra para posterior uso.
Algumas flores comestíveis:
- Abóbora (Curcubita máxima) ou Abobrinha (Cucurbita sp) - flor doce, servir empanada (ovo batido e farinha). Também podem ser utilizadas em saladas, sopas, omeletes e refogados;
- Girassol (Helianthus annus) - Use as pétalas e sementes em saladas. Tem muitas vitaminas;
- Lavanda (Lavandula officinalis) - As pétalas dão sabor especial às geléias;
- Manjericão (Ocimum basilicum) - uma flor salgada que pode ser misturada em massas;
- Sálvia (Salvia sp) - Uma flor salgada que combina com pães e massas;
- Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis) - As pétalas, que tem um leve gosto cítrico são usadas em quantidades pequenas, para decorar pratos culinários e em salada;
- Feijão (Phaseolus vulgaris) - Apresenta flores de muitas cores dependendo da variedade e lembram o gosto de próprio feijão. As flores podem ser colocadas em sopas e refogados.
Fonte:
1. Soluções Sustentáveis - Permacultura Urbana / Lucia Legan. Pirenópolis, GO. Mais Calango Editora, IPEC, 2008.
2. Jardins Comestíveis / IPEMA, 2004 - www.ybytucatu.com.br/permacultura

SÃO PAULO, 456 ANOS

Hoje, 25 de janeiro de 2010 a cidade de São Paulo comemora mais um aniversário. Em mais um dia chuvoso de uma época que castiga a cidade com inúmeras enchentes, diversos seriam os presentes que a cidade poderia receber. Aqui, cabe a nós falarmos sobre Agricultura Urbana. Agricultura é a arte do cultivo da terra ou o conjunto de operações que transformam o solo natural para a produção de vegetais úteis ao homem. A Agricultura Urbana se refere a pequenas áreas dentro das cidades, como lotes desocupados, jardins, canteiros e recipientes destinadas a atividades agrícolas com o objetivo de auto-consumo ou venda em mercados na vizinhança. Segundo o site "viverbemnacidade.org.br" um sétimo da produção mundial de alimentos é cultivado em terrenos baldios, telhados, coberturas, antigos lixões e em outros espaços urbanos. Em todo o mundo há mais de 800 milhões de agricultores urbanos. A agricultura urbana ajuda centenas de milhões de famílias a superarem a pobreza extrema e está melhorando a saúde e nutrição de habitantes das cidades através do mundo, de acordo com um relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD - UNDP). "A agricultura urbana é uma atividade econômica competitiva e é a atividade escolhida por milhões de microempreendedores urbanos," revela o relatório. "Ela também oferece oportunidades de geração de renda para pessoas com baixa escolaridade e pouco capital, bem como para pessoas com dificuldades para se deslocarem para longe de casa, incluindo as mulheres, as crianças e os idosos". Os benefícios ambientais são igualmente significativos, transformando o lixo de um problema a um recurso, reduzindo o custo público do manejo do lixo e provendo um meio ambiente mais saudável. Por último, acredito muito na Agricultura Urbana como ferramenta de educação e desenvolvimento da solidariedade. Que o cultivo de alimentos dentro da própria cidade possa trazer também respeito e solidariedade. Estes, nas áreas rurais são muito comuns com visitantes e entre vizinhos. Por outro lado, quem mora na cidade tem o dom da hospitalidade e da prática da boa vizinhança prejudicado pelo contato excessivo com tantos rostos estranhos. Portanto, dentro as diversas áreas que precisam ser melhoradas na cidade de São Paulo, que em seu mais novo ano de vida a agricultura dentro da cidade possa contribuir cada vez mais para a construção de uma cidade mais solidária e agradável de se viver. Parabéns São Paulo, por seus 456 anos.