TRANSGÊNICO AMEAÇA PRODUÇÃO DE ORGÂNICO

De acordo com reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, de 24/06/2011, o cultivo de variedades transgênicas de soja e de milho está ameaçando a frágil cadeia de produção orgânica no sudoeste do Paraná -área cujo perfil fundiário é o da pequena propriedade rural.
A dificuldade na obtenção de grãos convencionais e a deficiência da logística são apontadas como as responsáveis pela contaminação da produção.
“Está cada vez mais difícil obter sementes não transgênicas para os produtores orgânicos. Além disso, há o problema da contaminação na colheita ou no transporte da safra”, afirma Marcio Alberto Challiol, diretor da Gebana, empresa com sede em Zurique, Suíça.
A Gebana, especializada na comercialização de soja, milho e trigo orgânicos, negocia por ano 10 mil toneladas de cereais do Brasil. É uma gota, diante dos volumes da safra brasileira.
Mas a história desse modelo de produção (livre de agrotóxicos e de transgênicos) tem relevo não pelos volumes, mas como prova de que a prerrogativa da Lei de Biossegurança no Brasil não está sendo cumprida.
ABANDONO
A liberação de mais de 20 variedades de soja, milho e algodão transgênico no Brasil se deu sob a condição de que todo agricultor que queira uma produção convencional ou orgânica terá esse direito assegurado.
A falta de controle, tanto na produção de sementes como na logística para segregar OGM (organismos geneticamente modificados) e não OGMs, está burlando essa condição no Brasil.
O impacto econômico está levando pequenos produtores a abandonar esse cultivo. Paulo Sobrinho Mackiewicz, produtor do município de Capanema -650 quilômetros a oeste de Curitiba-, é um dos que desistiram do orgânico.
Na última safra, Mackiewicz havia negociado a produção com prêmio de 35% além do valor da saca de soja convencional. Após meses de trabalho duro para evitar o uso de uma gota de veneno, a má notícia.
A produção de 54 toneladas de soja estava contaminada com sementes transgênicas. O prêmio de 35% foi perdido, um corte na receita no valor total de R$ 9.000, uma cifra importante para a propriedade.
“Fiz o possível. Trabalhei duro para conseguir um preço melhor para a soja. A contaminação, que não tenho ideia de onde veio, acabou com tudo. Depois disso, desisti do orgânico. Não vou fazer tudo novamente sem ter garantia”, disse.
PREJUÍZO GRANDE
A Gebana, empresa que lhe forneceu a semente, afirma que não havia contaminação no material genético. A suspeita, então, recaiu sobre a colheitadeira alugada por Mackiewicz, que poderia ter restos de soja transgênica.
Delézio Caciamani, 40, também produtor da região, enfrentou o mesmo problema. Plantou 32 hectares de soja orgânica e também perdeu o prêmio de 35%. Perdeu R$ 12,6 mil com a contaminação dos grãos.
“O cultivo orgânico é muito mais trabalhoso. O prêmio que é pago por saca torna essa produção mais competitiva. Mas, se você perder esse benefício, o prejuízo fica grande”, afirma.
Mais pela convicção da importância em produzir com menos agroquímicos, Caciamani vai manter-se no método orgânico por mais uma safra. Fará isso não sem um fio de preocupação.
Veja entrevista com produtores no PR

Para a CTNBio, não dá para ter pureza total
DE SÃO PAULO
O vice-presidente da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), Aluízio Borém, afirma que as medidas criadas pela instituição são eficientes para evitar contaminação de sementes transgênicas na produção convencional ou orgânica.
“É necessário que as medidas de coexistência sejam observadas. As evidências científicas mostram que não haverá contaminação se forem respeitadas a diferença temporal entre o plantio transgênico e o convencional, bem como o respeito à separação espacial entre esses cultivos”, afirma o vice da CTNBio.
O especialista em melhoramento de plantas disse ainda que não é possível assegurar pureza total nessas produções.
“Contaminação zero não existe, o que deve haver é o respeito a níveis que possam ser admitidos”, afirma.
Sobre eventual falha no controle das regras da CTNBio, o vice-presidente afirmou que a comissão não possui mandato para fiscalização, atribuição essa de órgãos ligados ao Ministério da Agricultura.
Borém afirma que, em 13 anos em que a Comissão de Biossegurança autorizou o plantio comercial de variedades transgênicas de milho, soja e algodão (as únicas liberadas até agora) não existe nenhuma evidência de problemas à saúde humana ou de efeitos danosos ao ambiente.

Meta é ter cadeia de semente não modificada
DO ENVIADO ESPECIAL A CAPANEMA
Um programa entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Abrange (Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados) tenta instituir estrutura alternativa para barrar o avanço das companhias multinacionais no domínio do agronegócio nacional.
O programa Soja Livre tenta criar canais de acesso a sementes não OGM por parte dos produtores de soja e milho. A estrutura, com presença em Mato Grosso, é uma reação à redução da oferta de material genético livre de transgênicos. Hoje, 35% da soja e 65% do milho brasileiros são convencionais, não transgênicos.
Após a liberação de eventos geneticamente modificados, as grandes companhias de biotecnologia do mundo estão concentrando esforços para o desenvolvimento de sementes transgênicas, deixando de lado o chamado melhoramento clássico.
“Essa é uma guerra comercial. As múltis, com os transgênicos, ganham em todo o pacote tecnológico que põem na propriedade do agricultor. Da semente aos defensivos, chegando até os royalties pelo uso da tecnologia. É isso que queremos romper”, disse Ivan Domingos Paghi, diretor técnico da Abrange.
Segundo César Borges de Souza, presidente da Abrange, todo o custo para evitar hoje a contaminação de sementes, do plantio, do transporte ou da armazenagem é de quem produz não OGM.
“Isso virou um buraco negro. O governo aprovou os transgênicos e pronto. O governo não toma conta da organização da cadeia. Assim, quem trabalha com não OGM é que ficou com o ônus da segregação”, disse.
Hoje, o Brasil ainda é o maior produtor e exportador de soja não transgênica. A exportação desse produto no ano passado atingiu 9 milhões de toneladas. (AB)

2014 SERÁ O ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR

A ONU declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. A agricultura familiar foi eleita tema do ano pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante reunião realizada em dezembro, a Assembleia Geral da ONU declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar. A declaração inédita para o setor é resultado do reconhecimento do papel fundamental que esse sistema agropecuário sustentável desempenha para o alcance da segurança alimentar no planeta. “Com esta decisão, a ONU reconhece a importância estratégica da agricultura familiar para a inclusão produtiva e para a segurança alimentar em todo o mundo – num momento em que este organismo vem manifestando sua preocupação para com o crescimento populacional, a alta dos preços dos alimentos e o problema da fome em vários países”, analisa o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence. A declaração é considerada uma vitória das 350 organizações de 60 países ligadas à agricultura familiar que apoiaram uma campanha iniciada em fevereiro de 2008 em favor dessa decisão, na qual o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve papel importante. É considerada também êxito da atuação da Coordenação de Produtores da Agricultura Familiar do Mercosul (Coprofam) da qual participa a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), ambas com atuação na Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf). “Foi uma vitória importante do ponto de vista político para fortalecer a agricultura familiar em todo o mundo. A Contag esteve mais de dois anos empenhada nessa campanha. Essas 350 organizações se uniram para sensibilizar governos a fim de que ela fosse reconhecida como instrumento de erradicação da fome de mais de um bilhão de pessoas, a estabelecer um tipo de agricultura que mantenha gente no campo e a fortalecer o sistema de agricultura familiar”, afirmou o presidente da Contag, Alberto Broch. Florence salienta que a agricultura familiar – a qual no Brasil produz 70% dos alimentos consumidos pela população - já é prioridade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e que a própria eleição do brasileiro José Graziano para a direção geral da organização foi um dos sintomas dessa nova atitude. “Graziano coordenou a elaboração e foi o responsável pela implantação do programa brasileiro Fome Zero, que assegurou a alimentação regular de milhares de brasileiros que estavam em situação de fome. O ministro lembra que o governo brasileiro, por meio do MDA, tem impulsionado o setor da agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que fechou 2011 com uma carteira de crédito ativa de R$ 30 bilhões, mais de 3,2 milhões de contratos ativos e com inovações importantes para a melhoria da qualidade de vida e geração de renda do segmento, como o Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). “Aperfeiçoar o crédito, a assistência técnica, o apoio à comercialização e as políticas públicas construídas ao longo dos últimos anos e aprimoradas em 2011 são nossos objetivos para 2012”, disse o ministro. Em artigo recente publicado em jornal de grande circulação, o diretor-geral recém empossado da FAO, José Graziano, afirmou que “a agricultura familiar, considerada por muitos um passivo, na verdade é um ativo estratégico dessa travessia. Ela aglutina a carência e o potencial de milhares de comunidades em que se concentram os segmentos mais frágeis da população. Qualquer ganho na brecha de produtividade aí ampliará substancialmente a disponibilidade de comida na mesa dos mais pobres e de toda a sociedade, reduzindo a dependência em relação a alimentos importados e protegendo a economia da volatilidade das cotações internacionais”. Na avaliação do chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri, trata-se de uma declaração importante porque fortalece o modelo da agricultura familiar perante as instituições multilaterais e a comunidade internacional. “Não é uma proclamação vinculante, porém, ela é forte. Basta ver a atenção às comunidades afrodescendentes que ocorreu em 2011 e, em 2012, será o Ano Internacional das Cooperativas, ou seja, esperamos que ocorram avanços nesse setor”, disse Pierri. Segundo ele, “a expectativa no MDA é que com essa declaração, também os blocos regionais passem a se ocupar da agricultura familiar de forma conjunta, tais como o faz o Mercosul por meio da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf)”, observa. De acordo com dados de 2007 do Banco Mundial, “atualmente há três milhões de pessoas que vivem em zonas rurais cuja maioria se dedica à agricultura ou à pecuária familiar e tem essa produção como principal meio de subsistência, porém têm acesso limitado à terra e a outros recursos financeiros e tecnológicos necessários para fazer da agricultura familiar uma empresa viável”. O documento final da Conferência Mundial de Agricultura Familiar, realizadas em outubro do ano passado, intitulado “Alimentar o mundo, cuidar do planeta”, dá conta de que atualmente há 1,5 milhão de agricultores familiares trabalhando em 404 milhões de unidades rurais de menos de dois hectares; 410 milhões cultivando em colheitas ocultas nos bosques e savanas; entre 100 e 200 milhões dedicados ao pastoreio; 100 milhões de pescadores artesanais; 370 milhões pertencem a comunidades indígenas. Além de mais 800 milhões de pessoas que cultivam hortas urbanas. No Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2006, entre 1996 e 2006, havia 13,7 milhões de pessoas ocupadas na agricultura familiar.


A agricultura familiar no Brasil

A agricultura familiar é hoje responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 – o mais recente feito no país -, são fornecidos pela agricultura familiar os principais alimentos consumidos pela população brasileira: 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38,0% do café, 34% do arroz, 58% do leite, possuíam 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30% dos bovinos, e produziam 21% do trigo. No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4,3 milhões de estabelecimentos de agricultores familiares, o que representa 84,4% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Este segmento produtivo responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária e 74,4% da ocupação de pessoal no meio rural (12,3 milhões de pessoas). Pela lei brasileira (11.321/2006) que trata da agricultura familiar, o agricultor familiar está definido como aquele que pratica atividades ou empreendimentos no meio rural, em área de até quatro módulos fiscais, utilizando predominantemente mão-de-obra da própria família em suas atividades econômicas. A lei abrange também silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.

A ONU DECLAROU. SERÁ EM 2014. E VOCÊ? TOPA COMEÇAR DESDE JÁ?
CASO SIM, MÃOS À HORTA!

CULTIVO DE BROTOS: RÁPIDO E FÁCIL

Um ponto positivo no cultivo de brotos, principalmente em meios urbanos, é que produzí-los requer pouco espaço. Além disto tal cultivo requer baixo investimento, tecnologias simples e o produto final é obtido rapidamente. O alto rendimento é outro aspecto vantajoso, pois 1 kg de sementes pode produzir até 10 kg de brotos, claro que dependendo da espécie. O cultivo pode ser feito em qualquer época do ano. Em épocas quentes a germinação é acelerada, mas por outro lado, há um aumento na necessidade de água. Há duas maneiras muito simples de cultivar brotos: na água e na terra, sendo que nesta última o crescimento é mais demorado. Vamos detalhar um pouco cada uma delas.
Para cultivar seu broto na água use uma travessa de vidro ou de plástico, de preferência larga e não profunda, que permita que o ambiente se mantenha bem aerado. Coloque três colheres de sopa das sementes e deixe-as de molho em água mineral por uma noite (cerca de 12 horas). Cubra o recipiente com um guardanapo de trama fina (filó ou gase). Pode-se usar um elástico para prender melhor a cobertura. A temperatura ideal é de 25 a 30°C. Na manhã seguinte escorra a água, lave as sementes e escorra novamente. O ideal é lavar as sementes duas vezes ao dia, para retirar os resíduos do próprio grão. Normalmente a presença da água e o processo de embebição dão início à germinação e esta se torna visível para nós quando uma pontinha branca rompe a casca do grão. Em dias quentes isto acontece em 48 horas, em média. Ao aparecerem as primeiras folhas, os brotos já estão prontos para serem consumidos.
Para o cultivo de brotos na terra, encha pequenos recipientes com o substrato (terra). Utilize de preferência uma terra de boa qualidade, rica em nutrientes e sem substâncias nocivas, como metal pesado. Coloque as sementes na superfície e depois envolva-as com a terra. Deixe o recipiente em local escuro, para dar a impressão de que as sementes. Mantenha o local úmido e, em cerca de uma semana, será possível consumir os brotos!
Os tipos de brotos comumente consumidos são: broto de bambu, de feijão, de alfafa, de girassol, de trigo (no suco verde) etc.
AGORA FICOU FÁCIL!!
CULTIVE SEU BROTO E DÊ VIDA À SUA ALIMENTAÇÃO!!!

ANO NOVO, BROTO NOVO!

Mais um ano que brota em nossas vidas! E para comemorar, reservei um material interessante sobre brotos. Com certeza esta idéia pode brotar uma nova consciência no campo da saúde e da agroecologia!


Um broto é uma parte visível de uma planta em estágio inicial de desenvolvimento. De crescimento fácil e rápido, cada broto surge de uma semente, geralmente, de três a sete dias após o estímulo para a germinação. Embora muitas pessoas nem imaginem a utilização de brotos para fins culinários, os brotos começaram a ser utilizados na cozinha há mais de cinco mil anos, quando foram incorporados à cultura oriental. Leves e fáceis de preparar, por estarem em fase de germinação, os brotos apresentam altas doses de proteínas, vitaminas (A, B, C, D e E) e sais minerais (cálcio, iodo, ferro, fósforo e magnésio). Também chamados de alimentos vivos, os brotos propiciam fácil digestãoe podem ser utilizados em refeições rápidas como sanduíches naturais, saladas e até sucos, por todas as pessoas, principalmente para quem pratica atividades físicas intensas, substituindo a carne. Além disto, são livres de produtos químicos como fertilizantes, defensivos agrícolas, dentre outros. Outros benefícios residem no fato de que os brotos ajudam a combater o estresse e a baixa quantidade de calorias é um excelente estímulo para quem quer perder peso. Brotos possuem alta concentração de clorofila. Além de possuir energia vital, como afirmam os naturalistas, a clorofila traz importantes benefícios para a saúde: melhora a circulação sanguínea, ajuda a eliminação de toxinas no sangue, fortalece o sistema imunológico, melhora o funcionamento do intestino e dos pulmões e auxilia no equilíbrio do metabolismo. também desintoxica o organismo e promove renovação das células, o que permite que a pele fique lisa e luminosa.


Na próxima postagem, mais informações sobre utilização brotos na cozinha!