INFORMAÇÕES ÚTEIS

Para o cultivo de hortaliças em casas e apartamentos é preciso considerar:
- a área a ser utilizada;
- a quantidade de terra e por conseqüência seu peso (tomar cuidado com lajes e prateleiras);
- a praticidade e atenção para irrigação;
- critérios para a escolha de espécies e variedades;
- critérios para a escolha e associação de espécies;
- forma de reprodução das hortaliças.

Área a ser utilizada e quantidade de terra
A área a ser utilizada deve receber sol, pelo menos de 6 a 4 horas por dia e, de preferência, o sol da manhã. A ventilação da área deve ser boa.
Muito cuidado deve ser tomado com o peso da horta, seja ela suspensa, em caixas ou telhas. Algumas estruturas podem não suportar o peso a acabarem cedendo.

Irrigação
Atenção tem que ser dada à irrigação. Regar em excesso pode causar a lixiviação dos nutrientes pela água excedente acarretando em perda do sabor dos legumes, redução do valor alimentar e até a redução do crescimento de raízes como cenoura. De uma forma geral, as hortaliças folhosas como alface e couve devem receber irrigação abundante (não exagerada!). As raízes, como cenoura e nabo, no entanto, podem suportar e até se beneficiar quando submetidas a baixos níveis de irrigação. No caso de se plantar diferentes hortaliças associadas, como uma folhosa e uma raiz, inicialmente pode se adotar uma irrigação mais abundante, e posteriormente espaçar o turno da rega. Isto porque as hortaliças folhosas geralmente têm o ciclo mais curto. Tradicionalmente a irrigação é feita no início da manhã e no fim da tarde. Isso pode otimizar a disponibilidade de água para a planta. A freqüência das regas dependerá do clima local em que o cultivo se dá, assim como a estação do ano. Em locais e estações muito secas a perda de água da planta por transpiração e do solo por evaporação será mais rápida.

Critérios para a escolha e associação de espécies
Deve-se dar preferência para hortaliças:
- que crescem de maneira vigorosa, e apresentam resistência às pestes em geral (insetos e doenças) sem a necessitarem de defensivo;
- de ciclo cultural curto, permitindo o maior número de colheitas;
- de porte relativamente pequeno, uma vez que em áreas urbanas o espaço será reduzido.
Algumas espécies podem ser associadas entre si, podendo favorecer-se mutuamente. Outras, no entanto, não podem conviver, pois prejudicaria o crescimento de uma ou até mesmo das duas. Espécies folhosas e produtoras de sombra podem se associar melhor com as que gostam de sombra. Por exemplo, o tomate sombreando salsa. Hortaliças de ciclos curtos podem se associar com as de ciclos longos, permitindo geralmente associações livres de competição. Diferentes exigências em nutrientes favorecem as associações. Por exemplo, rúcula e feijão, com relação ao consumo de nitrogênio e fósforo.
LEMBRETE: a adaptação do vegetal ao clima e seu valor alimentar são essenciais para escolha das espécies.

Forma de reprodução das hortaliças
A maioria das hortaliças pode ser reproduzida por sementes embora outras formas assexuadas de reprodução, como por meio de ramos, rizomas e bulbos podem ser adotadas em alguns casos. As formas assexuadas podem ser interessantes para otimizar e acelerar a produção, além de garantir as qualidades da planta mãe. Mas atenção, sua desvantagem é a possibilidade de transmissão de doenças e pragas ao novo plantio.
LEMBRETE: Para garantirmos uma alimentação diversificada em nutrientes, sais minerais e vitaminas, nossa horta deverá conter tipos variados de hortaliças, produtoras de folhas, raízes tubérculos, flores e frutos. Delas aproveitaremos, sempre que possível, a planta inteira: folhas, talos, raízes etc. Pois cada parte concentra princípios nutritivos diferentes: as folhas são mais ricas em vitaminas do complexo B; os frutos em vitaminas C e A; os talos são ricos em fibras; e as raízes são ricas em carboidratos.
A maior parte das informações destre texto foram retiradas do livro "Manual de Horticultura Ecológica - auto suficiência em pequenos espaços" de João Francisco Neto. Editora Nobel, 2002, São Paulo.